terça-feira, 13 de novembro de 2012

 Fazendo referência a postagem "Um exemplo de neurônio" (14 de agosto), sobre a reprogramação de células já diferenciadas em células pluripotentes que podem ser úteis na reparação de órgãos ou tecidos.

Cientistas conseguem reverter envelhecimento celular

Células de doadores com mais de 90 anos de idade foram reprogramadas e voltaram ao estágio de células-tronco

Fibroblastos, as células usadas na experiência dos pesquisadores suecos
Fibroblastos, um dos tipos de células usadas na experiência dos pesquisadores francesas (Dr Gopal Murti/Science Photo Library/Latinstock)


Cientistas franceses conseguiram recuperar a juventude de células de doadores centenários, ao reprogramá-las ao estágio de células-tronco, demonstrando assim que o processo de envelhecimento é reversível.

CÉLULA-TRONCO PLURIPOTENTE INDUZIDA
Célula adulta especializada que foi reprogramada geneticamente para o estágio de célula-tronco embrionária. Pode se transformar em qualquer tecido do corpo.
Segundo um cientista do Inserm, outro resultado importante destes trabalhos é compreender melhor o envelhecimento e corrigir seus aspectos patológicos.
As células idosas foram reprogramadas in vitro em células-tronco pluripotentes iPSC (sigla em inglês para células-tronco pluripotentes induzidas — veja quadro ao lado) e, com isso, recuperaram a juventude e as características das células-tronco embrionárias (hESC).
Estas células podem se diferenciar dando origem a células de todos os tipos (neurônios, células cardíacas, da pele, do fígado...) após a terapia da "juventude" aplicada pelos cientistas.
Desde 2007 os cientistas demonstraram ser capazes de reprogramar as células adultas humanas em células-tronco pluripotentes (iPSC), cujas propriedades são semelhantes às das células-tronco embrionárias. Esta reprogramação a partir de células adultas evita as críticas ao uso de células-tronco extraídas de embriões.
Até agora, a reprogramação de células adultas tinha um limite, a senescência, última etapa do envelhecimento celular. A equipe de Jean-Marc Lemaitre acaba de superar este limite.
Os cientistas primeiro multiplicaram células da pele (fibroblastos) de um doador de 74 anos para alcançar a senescência, caracterizada pela suspensão da proliferação celular.
Em seguida, eles fizeram a reprogramação in vitro destas células. Como isto não foi possível com base em quatro fatores genéticos clássicos de transcrição (OCT4, SOX2, C MYC e KLF4), eles adicionaram outros dois (NANOG e LIN28).
Graças a este novo 'coquetel' de seis ingredientes genéticos, as células senescentes reprogramadas recuperaram as características das células-tronco pluripotentes de tipo embrionário, sem conservar vestígios de seu envelhecimento anterior.
"Os marcadores de idade das células foram apagados e as células-tronco iPSC que nós obtivemos podem produzir células funcionais, de todos os tipos, com capacidade de proliferação e longevidade aumentadas", explicou Jean-Marc Lemaitre.
Os cientistas em seguida testaram com sucesso seu coquetel em células mais envelhecidas, de 92, 94, 96 até 101 anos.
"A idade das células não é definitivamente uma barreira para a reprogramação", concluíram.
Estes trabalhos abrem o caminho para o uso de células reprogramadas iPS como fonte ideal de células adultas toleradas pelo sistema imunológico para reparar órgãos ou tecidos em pacientes idosos, acrescentou o cientista.

Fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-conseguem-reverter-envelhecimento-celular

Fernanda Carolina da Silva

Um comentário:

  1. Por que as células envelhecem? As células humanas possuem um número finito de vida, ou seja, dividem um número determinado de vezes, mudam de forma e, eventualmente, param de se dividir, um fenômeno chamado senescência celular. Sabe-se que um relógio celular, composto de estruturas no final do cromossoma conhecidas como telômeros, registra o quanto uma célula tem vivido. Jan Karlseder, do Instituto Salk para Estudos Biológicos explica que cada vez que uma célula se divide, "tampas" protetoras, presentes na ponta dos cromossomos , sofrem corrosão. Como os telômeros se desgastam, seu DNA sofre grandes mudanças na maneira de ser embalado. Essas mudanças provavelmente desencadeiam o que chamamos de envelhecimento, assim os telômeros ficam mais curtos quando uma célula se divide, e que quando chegam a um comprimento crítico, as células param de se dividir ou morrem. Os pesquisadores descobriram que as células do envelhecimento apresentam menos proteína histona do que as células jovens. "Essas proteínas são necessárias ao longo do genoma e, portanto, qualquer evento que perturbe esta linha de produção afeta a estabilidade do genoma inteiro". O início de doenças associadas ao envelhecimento, como câncer, é largamente atribuído à DNA, ou a danos genéticos. Mas este estudo sugere que o envelhecimento em si é infinitamente complexo: o encurtamento dos telômeros acelera o envelhecimento cromossômico progressivo mudando a maneira como os genes se entrelaçam com as histonas, chamado de mudanças epigenéticas.

    Fonte: Isaude

    Ana Paolla Protachevicz.

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