terça-feira, 13 de novembro de 2012

Células-tronco embrionárias serão testadas em tratamento de retina

Uma terapia baseada em células-tronco embrionárias para degeneração macular relacionada à idade (DMRI) – principal causa de cegueira entre idosos – começará a ser testada em humanos no início de 2013.

O anúncio foi feito pelo cientista britânico Pete Coffey, da University College London, durante o 7º Congresso Brasileiro de Células-Tronco e Terapia Celular, realizado em São Paulo em outubro com apoio da FAPESP.

A pesquisa britânica está sendo conduzida no âmbito do London Project to Cure Blindness, uma parceria entre Coffey e o cirurgião Lyndon da Cruz, do Hospital Moorfields Eye, de Londres.

A técnica, que consiste em aplicar na região afetada da retina uma espécie de curativo contendo células-tronco embrionárias já diferenciadas em células da retina, foi testada com sucesso em ratos, camundongos e porcos.

“Agora, vamos testá-la em dez pacientes. Um grupo pequeno e bem específico no início, pois o objetivo é avaliar a segurança do tratamento”, disse Coffey à Agência FAPESP.

Segundo o pesquisador, a DMRI acomete a região central da retina, conhecida como mácula, onde há grande concentração de fotorreceptores responsáveis pela visão de cores e detalhes. Abaixo dessa camada de fotorreceptores, existe o epitélio pigmentado e, ainda mais abaixo, a membrana de Bruch.

Com o envelhecimento, nos indivíduos predispostos restos celulares começam a formar cristais no fundo do olho conhecidos como drusas, que destroem os fotorreceptores e provocam proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina. Isso afeta a integridade da mácula e compromete a visão central e a capacidade de distinguir cores.

A doença é comum em pacientes com mais de 55 anos e chega a atingir mais de 25% das pessoas acima de 75 anos. Cerca de 90% dos casos correspondem à forma seca da doença, de evolução lenta e ainda sem tratamento.

Os demais pacientes apresentam a forma úmida, bem mais agressiva e caracterizada por hemorragias que comprometem o tecido da retina. O tratamento atual consiste em aplicação de lasers ou injeção de drogas que inibem a formação de novos vasos sanguíneos na região.

“Nos casos mais graves, a camada intermediária da retina (epitélio pigmentado) se rompe levando à perda de visão nesse ponto. Esses casos são os que pretendemos tratar”, disse Coffey.

Inicialmente, a equipe do projeto inglês desenvolveu uma técnica cirúrgica que consistia em retirar células saudáveis do epitélio pigmentado do próprio paciente e transplantá-las para a região afetada. “Tivemos bons resultados, mas a cirurgia é demorada, pode durar até três horas, o que aumenta muito os riscos”, disse Coffey.

Para diminuir o tempo e o risco da operação – e poder beneficiar pacientes com estágios menos avançados da doença –, os cientistas tiveram a ideia de aplicar na camada intermediária da retina uma membrana previamente preparada em laboratório contendo células de epitélio pigmentado obtidas a partir de células-tronco embrionárias humanas.

“Nos testes em animais não registramos formação de tumores, pois o processo de diferenciação celular ocorre em laboratório. Se a terapia também se mostrar segura em humanos e se conseguirmos manter uma boa visão em três ou quatro dos dez primeiros pacientes, os testes clínicos serão considerados bem-sucedidos”, disse Coffey.

Tiago Bortolozo
http://www.estadao.com.br/noticias/

2 comentários:

  1. Duas mulheres com a visão extremamente limitada apresentaram resultados positivos no primeiro teste com células-tronco embrionárias que está sendo realizado nos Estados Unidos para o tratamento da cegueira humana.
    EUA liberam em humanos teste com células-tronco embrionárias
    Dadas como praticamente cegas, ambas disseram que a visão havia melhorado algumas semanas após o início da terapia.
    Elas sofrem de uma degeneração macular que faz com que a visão central fique prejudicada e atividades rotineiras, como dirigir, se tornam difíceis de realizar. O problema surge com a "morte" de células da retina.
    Uma das pacientes, com idade em torno dos 70 anos, foi capaz de ler 21 das 28 letras dispostas em um teste de visão.
    Para obter esse resultado positivo, os cientistas injetaram cerca de 50 mil células do epitélio de pigmento de retina, que são derivadas das células-tronco embrionárias.
    A segunda mulher, com cerca de 50 anos, é portadora da doença de Stargardt, degeneração macular mais comum entre pessoas mais novas. Ela também passou a enxergar melhor, diferenciando movimentos dos dedos da própria mão.
    Um dos autores do estudo, Robert Lanza diz que a visão das duas mulheres melhorou até mesmo quando foram administradas poucas doses de EPR.

    http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1038296-celulas-tronco-embrionarias-sao-usadas-pela-primeira-vez-para-tratar-humanos.shtml

    Alunos: Ana Flávia Monteiro e Guilherme Dias

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  2. As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para algumas das doenças mais mortais. Elas podem se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano. Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico, já que a maioria das técnicas implementadas nessa área exige a destruição do embrião.A forma mais comum de obtenção destas células ainda é por meio de embriões congelados. Nesta técnica, óvulos fertilizados em clínicas de reprodução assistida se desenvolvem até o estágio conhecido como blastocisto. Após chegar a este estágio, o embrião é destruído e as células-tronco são removidas.Outra forma que também prevê a destruição do embrião é o procedimento conhecido como clonagem terapêutica. A técnica é a mesma utilizada para criar a ovelha Dolly.

    Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u378546.shtml

    Caroline Machado de Oliveira

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