Blog de Biologia Celular do curso de Ciências Biológicas - Bacharelado da Universidade Estadual de Ponta Grossa
sexta-feira, 16 de março de 2012
Tratamento mata o câncer sem efeitos colaterais
Técnica usa luz infravermelha para eliminar os tumores sem afetar as células sadias do organismo.
Além de difícil, tratar o câncer
também é sofrido: as sessões de quimioterapia e radioterapia têm
efeitos colaterais fortes. Mas e se a pessoa pudesse ir ao hospital,
tomar uma injeção inofensiva, receber uma aplicação de luz e voltar para
casa curada, sem efeitos adversos? Parece até mágica, mas está se
tornando realidade. Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos
EUA desenvolveram uma nova técnica, a fotoimunoterapia, que utiliza
raios de luz infravermelha (invisível a olho nu) para destruir tumores.
Funciona
assim. Primeiro o paciente recebe uma injeção com versões modificadas
dos anticorpos HER2, EGFR ou PSMA, que têm a capacidade de "grudar" nas
células cancerosas. Sozinhos, eles não fazem nada contra o tumor. Só que
esses anticorpos são turbinados com uma molécula chamada IR700 - é a
microbomba que irá destruir o câncer.
Em seguida, o paciente recebe raios infravermelhos emitidos por uma
máquina. Eles penetram no corpo e chegam até a IR700, que é ativada e
libera uma substância que ataca a célula cancerosa. Ou seja: é como se
fosse uma microquimioterapia, que só mata o tumor e não afeta as células
sadias.
Testes em camundongos de laboratório tiveram resultados animadores: o tratamento
se mostrou eficaz contra tumores de mama, pulmão, pâncreas, cólon e
próstata. "Acreditamos que esse método tenha potencial para subtituir
vários tratamentos de quimioterapia, radioterapia e cirurgia", diz
Hisataka Kobayashi, líder do estudo.
Fonte: Revista Super Interessante, edição 301 - fevereiro/2012
Bastante recente e atual a reportagem. Somente estudos a longo prazo com essa terapia poderão mostrar se realmente haverá avanços no tratamento do câncer, pois, pela própria complexidade do comportamento da célula cancerosa, não conseguimos vislumbrar ainda curas milagrosas.
É somente com o tempo mesmo que saberemos se esse tipo de tratamento será possível ou não, mas é um método interessante, pois quase não se tem efeitos colaterais, mas um dos problemas também são os testes em seres humanos, que até agora não foram realizados, mesmo assim ainda dá pra ter alguma esperança sobre esse tipo de tratamento, que poderia ser de grande ajuda para várias áreas, incluindo a biologia celular, que teria um grande trabalho de fazer com que as luzes infra-vermelho atingissem apenas as células cancerosas.
A descoberta do retículo nucleoplasmático pela professora da UFMG Maria de Fátima Leite possibilita novo tramento para câncer de pescoço e cabeça.
Autora da primeira pesquisa a identificar a presença dessa organela no núcleo da célula, Fátima Leite comentou à época que o trabalho poderia gerar estudos aplicados em áreas como formulação de medicamentos e de novas terapias. A organela é responsável, por exemplo, pelo armazenamento e controle de cálcio intracelular. As variações das taxas de cálcio, o local e a frequência com que esta substância é liberada na célula regulam importantes funções do organismo, como contração muscular, secreção de hormônios, multiplicação e diferenciação celulares. O estudo mostra que o tratamento proposto consegue diminuir pela metade a dose de radiação necessária e minimizar a recidiva, isto é, o retorno da doença. Orientado pela própria professora Maria de Fátima e pelo professor Olindo Assis Martins Filho, com colaboração do físico Jony Marques Geraldo, o estudo foi aceito para publicação na revista Journal of Cancer Science & Therapy, de alto impacto na área. A pesquisa é financiada por Fapemig, Capes, CNPq e Howard Hughes Medical Institute (HHMI). Em fase pré-clínica, a terapia utiliza adenovírus construído geneticamente em laboratório para levar ao núcleo da célula uma proteína que absorve o cálcio ali produzido. O tamponamento do cálcio é fundamental, uma vez que o aumento deste íon no núcleo estimula a proliferação das células carcinogênicas. “Como não é natural, o adenovírus é incapaz de se replicar no organismo”, explica Lídia Andrade, autora da pesquisa, ao destacar que ele tem efeito transitório, fator considerado benéfico no tratamento por minimizar efeitos adversos da terapia. Outro aspecto importante observado na pesquisa é que a redução do cálcio não tem efeito sobre as células sadias, que se reproduzem muito mais lentamente do que as cancerígenas. “Isso dá mais segurança ao tratamento, pois sabemos que ele não interfere, mesmo que a região ao redor do tumor venha a ser atingida pela aplicação do material”, acrescenta Fátima Leite, ao lembrar que o câncer nessa área do corpo apresenta vantagens para uso de terapias gênicas, devido à facilidade de acesso ao tumor. “É possível fazer um tratamento localizado”, diz. Na impossibilidade de utilização do adenovírus, o carreamento da proteína para o núcleo da célula também pode ser realizado com o uso de nanopartículas de carbono. Fátima Leite observa que o vírus, como ocorre com vacinas, é delicado e necessita de temperatura e condições adequadas para ser estocado: “Contudo, a grande descoberta dessa pesquisa é que o tamponamento do cálcio no núcleo da célula associado à radioterapia mostra-se mais eficiente do que a radioterapia ministrada isoladamente.”
Aguardo comentários a respeito da interessante matéria postada pela Francielly sobre a descoberta de organela nuclear que controla o nível de cálcio intracelular. O cálcio é importante para a proliferação das células tumorais, assim a ação dessa organela pode ser alvo de tratamentos, como terapia genética, para tamponar o efeito do cálcio.
"Nosso trabalho foi o primeiro a identificar a presença de uma organela no núcleo da célula", conta a professora Maria de Fátima Leite. O retículo é uma estrutura responsável por funções celulares, como síntese de proteínas e armazenamento de cálcio. Por isso, sua descoberta pode gerar estudos aplicados nas áreas de saúde, como formulação de medicamentos e de novas terapias.
Nesta imagem, apresenta-se o retículo nucleoplasmático no núcleo: https://www.ufmg.br/boletim/bol1397/celula.jpg
"A partir dessa descoberta, a ciência poderá desenvolver processos para manipular cálcio nuclear e regular, por exemplo, o crescimento e o desenvolvimento do fígado", explica Fátima Leite, que se valeu exatamente de células do fígado em seus experimentos. Ainda segundo a professora, a partir do reconhecimento das especificidades da nova organela, medicamentos que controlam o cálcio no organismo, como os anti-hipertensivos, poderão ser reformulados a fim de amenizar efeitos colaterais. Disponível em: https://www.ufmg.br/boletim/bol1397/quinta.shtml
Bastante recente e atual a reportagem. Somente estudos a longo prazo com essa terapia poderão mostrar se realmente haverá avanços no tratamento do câncer, pois, pela própria complexidade do comportamento da célula cancerosa, não conseguimos vislumbrar ainda curas milagrosas.
ResponderExcluirEstou aguardando os comentários!!!
ResponderExcluirÉ somente com o tempo mesmo que saberemos se esse tipo de tratamento será possível ou não, mas é um método interessante, pois quase não se tem efeitos colaterais, mas um dos problemas também são os testes em seres humanos, que até agora não foram realizados, mesmo assim ainda dá pra ter alguma esperança sobre esse tipo de tratamento, que poderia ser de grande ajuda para várias áreas, incluindo a biologia celular, que teria um grande trabalho de fazer com que as luzes infra-vermelho atingissem apenas as células cancerosas.
ResponderExcluirLucia Satomi Hirooka
Comentário pertinente da Lucia. Aguardo outros comentários.
ResponderExcluirEstou aguardando outros comentários???
ResponderExcluirA descoberta do retículo nucleoplasmático pela professora da UFMG Maria de Fátima Leite possibilita novo tramento para câncer de pescoço e cabeça.
ResponderExcluirAutora da primeira pesquisa a identificar a presença dessa organela no núcleo da célula, Fátima Leite comentou à época que o trabalho poderia gerar estudos aplicados em áreas como formulação de medicamentos e de novas terapias.
A organela é responsável, por exemplo, pelo armazenamento e controle de cálcio intracelular. As variações das taxas de cálcio, o local e a frequência com que esta substância é liberada na célula regulam importantes funções do organismo, como contração muscular, secreção de hormônios, multiplicação e diferenciação celulares.
O estudo mostra que o tratamento proposto consegue diminuir pela metade a dose de radiação necessária e minimizar a recidiva, isto é, o retorno da doença. Orientado pela própria professora Maria de Fátima e pelo professor Olindo Assis Martins Filho, com colaboração do físico Jony Marques Geraldo, o estudo foi aceito para publicação na revista Journal of Cancer Science & Therapy, de alto impacto na área. A pesquisa é financiada por Fapemig, Capes, CNPq e Howard Hughes Medical Institute (HHMI).
Em fase pré-clínica, a terapia utiliza adenovírus construído geneticamente em laboratório para levar ao núcleo da célula uma proteína que absorve o cálcio ali produzido. O tamponamento do cálcio é fundamental, uma vez que o aumento deste íon no núcleo estimula a proliferação das células carcinogênicas. “Como não é natural, o adenovírus é incapaz de se replicar no organismo”, explica Lídia Andrade, autora da pesquisa, ao destacar que ele tem efeito transitório, fator considerado benéfico no tratamento por minimizar efeitos adversos da terapia.
Outro aspecto importante observado na pesquisa é que a redução do cálcio não tem efeito sobre as células sadias, que se reproduzem muito mais lentamente do que as cancerígenas. “Isso dá mais segurança ao tratamento, pois sabemos que ele não interfere, mesmo que a região ao redor do tumor venha a ser atingida pela aplicação do material”, acrescenta Fátima Leite, ao lembrar que o câncer nessa área do corpo apresenta vantagens para uso de terapias gênicas, devido à facilidade de acesso ao tumor. “É possível fazer um tratamento localizado”, diz.
Na impossibilidade de utilização do adenovírus, o carreamento da proteína para o núcleo da célula também pode ser realizado com o uso de nanopartículas de carbono. Fátima Leite observa que o vírus, como ocorre com vacinas, é delicado e necessita de temperatura e condições adequadas para ser estocado: “Contudo, a grande descoberta dessa pesquisa é que o tamponamento do cálcio no núcleo da célula associado à radioterapia mostra-se mais eficiente do que a radioterapia ministrada isoladamente.”
Fonte:https://www.ufmg.br/boletim/bol1779/4.shtml
Francielly Richardt
Aguardo comentários a respeito da interessante matéria postada pela Francielly sobre a descoberta de organela nuclear que controla o nível de cálcio intracelular. O cálcio é importante para a proliferação das células tumorais, assim a ação dessa organela pode ser alvo de tratamentos, como terapia genética, para tamponar o efeito do cálcio.
ResponderExcluirVer comentário anterior.
ResponderExcluir"Nosso trabalho foi o primeiro a identificar a presença de uma organela no núcleo da célula", conta a professora Maria de Fátima Leite. O retículo é uma estrutura responsável por funções celulares, como síntese de proteínas e armazenamento de cálcio. Por isso, sua descoberta pode gerar estudos aplicados nas áreas de saúde, como formulação de medicamentos e de novas terapias.
ResponderExcluirNesta imagem, apresenta-se o retículo nucleoplasmático no núcleo: https://www.ufmg.br/boletim/bol1397/celula.jpg
"A partir dessa descoberta, a ciência poderá desenvolver processos para manipular cálcio nuclear e regular, por exemplo, o crescimento e o desenvolvimento do fígado", explica Fátima Leite, que se valeu exatamente de células do fígado em seus experimentos. Ainda segundo a professora, a partir do reconhecimento das especificidades da nova organela, medicamentos que controlam o cálcio no organismo, como os anti-hipertensivos, poderão ser reformulados a fim de amenizar efeitos colaterais.
Disponível em: https://www.ufmg.br/boletim/bol1397/quinta.shtml
Lucia Satomi Hirooka