Célula de endotélio arterial pulmonar de bovino
Vermelho: actina (faloidina - Alexa Flúor 488)
Verde: vesículas endocíticas (aglutinina - Alexa Fluor)
Vermelho: actina (faloidina - Alexa Flúor 488)
Verde: vesículas endocíticas (aglutinina - Alexa Fluor)
Os antigos filósofos e naturalistas, especialmente Aristóteles na Antiguidade e Paracelso no Renascimento, chegaram à conclusão de que “todos os animais e vegetais, por mais complicados que sejam, estão constituídos por uns poucos elementos que se repetem em cada um deles”. Referíam-se às estruturas macroscópicas de um organismo, como as raízes, folhas e flores comuns aos diferentes vegetais e aos segmentos ou órgãos que se repetem no reino animal. Muitos séculos mais tarde, é que foi descoberto que atrás desta estrutura macroscópica existe todo um mundo de dimensões microscópicas.
*História
O nome célula (do grego kytos, célula; do latim cella, espaço vazio) foi empregado pela primeira vez, pelo cientista ingles Robert Hooke em 1665, ao observar a textura da cortiça utilizando lentes de aumento. Foi ele quem desenvolveu um aparelho com duas lentes ajustadas nas extremidades de um tubo de metal, e por possuir duas lentes, a ocular e a objetiva, ficou conhecido como microscópio composto. A primeira ideia de microscópio surgiu em 1591, através dos holandeses Hans Janssen e Zacarias, fabricantes de óculos. Eles ampliavam as imagens e observavam objetos muito pequenos por meio de duas lentes de vidro montadas nas extremidades de um tubo.
Estas observações, repetidas por Grew e Malpighi em diversos vegetais, foram examinadas somente as cavidades, “utrículos” ou “vesículas”, constituidas pela parede celulósica. No mesmo século e no início do seguinte, Leeuwenhoek (1674) observou a existência de várias células livres, tais como espermatozóides, eritrócitos, etc, através de uma adaptação. Construiu microscópios de apenas uma lente, pequena e quase esférica, entre duas placas de cobre, aperfeiçoando o instrumento, oferecendo a ele maior exatidão de detalhes.
A Teoria celular estabeleceu que cada célula se forma por divisão de outra célula. Com o progresso da Bioquimica, foi demonstrado que existem semelhanças fundamentais na composição química e atividades metabólicas de todas as células. Também foi reconhecido que o funcionamento de um organismo como um todo resulta da soma de atividades e interações das unidades celulares.
Virchow (1958) aplicou a Teoria celular à Patologia e Kölliker a estendeu à Embriologia depois que foi demonstrado que o espermatozóidde e o óvulo eram células de cuja fusão se desenvolve o organismo.
Nesta mesma época, Brown (18331) estabeleceu que o núcleo é um componente fundamental e constante da célula. Outros investigadores, como Purkinje, von Mohl concentraram-se na descrição do conteúdo celular denominado de protoplasma. Assim, o conceito primitivo de célula transformou-se no de “uma massa de protoplasma, limitado no espaço por uma membrana celular e que possui um núcleo”.
A partir de então, o progresso do conhecimento citológico foi extremamente rápido. Podemos citar, entre tantas descobertas, o fenômeno da mitose (Flemming, 1880), os filamentos nucleares ou cromossomas na mitose (Waldeyer, 1890), a fertilização do óvulo e a fusão dos dois pronúcleos (O. Hertwig, 1875), o centro celular (van Beneden, Boveri), as mitocôndrias (Altmann, 1894; Benda, 1897) e o aparelho reticular (ou de Golgi) (Golgi, 1897). O. Hertwig, em 1892 relatou, em sua monografia “Die Zelle und das Gewebe”, estudos baseados estritamente nas caracteríticas da célula, sua estrutura e função, e tratou de resumir, de forma geral, os fenômenos biológicos. Deste modo, surgiu a Citologia como um ramo separado da Biologia.
Seguindo a história da Biologia celular neste século, observa-se que o conhecimento citológico progrediu em função de dois fatores: 1. o aumento do poder de resolução dos instrumentos de análises, e o desenvolvimento de novas tecnologias, e; 2. a convergência da citologia com outros ramos de investigações biológicas, como a Genética (Citogenética), Fisiologia (Fisiologia celular), Bioquímica (Citoquímica) e a Imunologia (Imunocitoquímica), etc. Assim, dois novos e modernos campos de investigações surgiram: a ultra-estrutura e a Biologia molecular.
O conhecimento da organização submicroscópica ou ultra-estrutural da célula é de interesse fundamental, pois praticamente todas as transformações funcionais e físico-químicas têm lugar na arquitetura molecular da célula. Por outro lado, o descobrimento da estrutura de uma molécula protéica (sequência de aminoácidos, estruturas e disposição tridimensional da molécula), os estudos sobre enzimas, o modelo molecular do DNA, fizeram com que a Biologia molecular tornasse um dos ramos de estudos das ciências biológicas mais importante, para a própria Genética, para a Bioquímica e, em particular, para a Patologia, com o estabelecimento de enfermidades moleculares. Hoje, podemos dizer que a Biologia celular estuda os problemas celulares em todos os seus níveis, iniciando pela organização molecular.
Fontes:
Postagem: Carla Caroline Nadal
O histórico sobre o estudo da célula é bem interessante e traz informações sucintas, mas importantes. Podemos a partir da leitura desse texto tentar explorar ainda mais o papel da Biologia Celular no século XXI, contextualizando qual seria o principal enfoque dessa área no campo da medicina, por exemplo, e demais campos também.
ResponderExcluirEm relação ao vídeo, esse traz informações básicas a respeito das células e seus processos, portanto, há pouca relação com o texto.
Estou aguardando comentários!!!
ResponderExcluirO estudo da Biologia Celular é de grande importância, pois permite o conhecimento de vários processos que ocorrem no corpo humano.
ResponderExcluirSabemos que, nosso corpo é constituído por milhares de células e são nas células que ocorrem vários processos, tanto bioquímico como físico.E é somente através de estudos e técnicas aplicadas que teremos o diagnóstico e funcionamento do nosso corpo, desde o mais simples ao mais complexo.
Além disso, sabemos também que várias doenças estão relacionadas ao metabolismo celular, e a partir do estudo das células é possível ter maior conhecimento e pesquisar mais sobre possíveis curas.
Ana Caroline M. de Arruda
Comentário pertinente! Aguardo outros comentários???
ResponderExcluirE não somente nosso corpo é constituído de células, mas todos os organismos vivos com toda sua complexidade funcional. Os avanços nas técnicas e pesquisas possibilitam a descoberta de novas estruturas e relações com as demais formas de vida.
ResponderExcluirTamires D. Bressan
Explorar o papel da Biologia Celular no século XXI??? Será que a Biologia Celular é uma das fronteiras do conhecimento?
ResponderExcluirAguardo reflexões a respeito da questão acima.
ResponderExcluirResponda a questão acima.
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