Enzima do envelhecimento
O envelhecimento é um dos maiores enigmas da vida e,
ninguém consegue compreendê-lo totalmente. Muitos, em toda a história humana,
têm feito as mesmas perguntas sobre o fenômeno: O que é envelhecimento? Por que
as pessoas envelhecem? Por que em algumas pessoas determinados órgãos
envelhecem mais rapidamente que outros? Podemos retardar, parar ou reverter o
envelhecimento?
Como a definição de envelhecimento é polêmica, tornam-se até
incoerentes propostas de teorias sobre o envelhecimento antes de se chegar a
uma definição consensual. Porém, elas existem. Com os avanços da ciência e da
tecnologia, nas últimas décadas surgiram várias teorias sobre o envelhecimento,
sendo três as principais:
- A teoria dos radicais livres ,que baseia-se no
conceito de que as reações químicas que ocorrem naturalmente no corpo começam a
produzir um número de defeitos irreversíveis nas moléculas. Isto se deve a
elétrons não pareado na última camada das moléculas formados por compostos
contendo por exemplo, o elemento oxigênio, chamados de radicais livres;
- A teoria
do desequilíbrio gradual, teoria que afirma que o cérebro, as glândulas endócrinas
ou o sistema imunológico começam a deixar de funcionar gradualmente, levando a
determinados órgãos envelhecer em ritmos diferentes comprometendo o
funcionamento dos demais, causando o envelhecimento de todo o organismo;
- A genética, as células tem um numero limitado de divisões,controladas pelos telômeros.
Os pesquisadores que apoiam a teoria genética propõem que
todo o processo de envelhecimento, quer seja de células, órgãos e mesmo de todo
o indivíduo, desde o nascimento até a morte, é programado pelos nossos genes. Nessa teoria, o tempo
de vida, assim como os outros acontecimentos como, por exemplo, alterações
enzimáticas, ligados a esse relógio biológico, podem ser controlados por um ou
mais genes específicos contribuindo, de maneira ativa, independente, ou em
associação com outros genes, para a longevidade do organismo.
Uma das mais conhecidas formulações para essa
teoria foi feita por Leonard Hayflick, em 1977. O chamado limite de Hayflick,
que afirma que as células irão se dividir e se reproduzir apenas um número
limitado de vezes e que esse número é geneticamente programado.
As células humanas, eucarióticas, têm cromossomos lineares.
Há dificuldades para a replicação das duas extremidades. Embora a fita contínua
possa, teoricamente, ser sintetizada até o final de seu molde, a fita
retrógrada não pode. Embora isso não seja um problema em uma única replicação,
ao longo de muitos ciclos as extremidades dos cromossomos seriam encurtadas,
até que genes essenciais fossem perdidos e a célula morreria. Conseqüentemente,
a natureza procura impedir a perda contínua do DNA nas extremidades dos
cromossomos. Nesse local existem, então, estruturas protetoras especiais,
chamadas de telômeros, que contem muitas repetições de uma seqüência de seis
nucleotídeos, rica em GUANINA. Os telômeros humanos contem milhares de repetições
TTAGGG. O tamanho dos telômeros é mantido por enzimas, chamadas de telomerases,
que adicionam repetições de seis nucleotídeos à sua extremidade.
A telomerase é uma enzima classificada como transcriptase
reversa, composta de uma subunidade de uma proteína que possui um componente
interno de RNA que é uma região molde para a produção de DNA. Esta subunidade é
identificada por TERT, está na região do C- terminal do polipeptídeo, também na
região N-terminal, basicamente na região dos telômeros.
O gene de produção da telomerase e o gene conhecido por p 53
devem participar de
um sistema eficiente de supressão de tumores, mas em contrapartida, com a
diminuição da ação da telomerase, os cromossomos se encurtam na região dos
telômeros e, inevitavelmente, por causa da manutenção de um tecido jovem, que
necessita de divisões celulares contínuas, surge o envelhecimento, a
senescência. Quando a telomerase está atuante, permite a alta capacidade de
divisões celulares por mitoses sucessivas, o que seria uma proteção contra a
senescência. O envelhecimento seria o preço de uma vida sem câncer.
A enzima telomerase é considerada um relógio biológico, um
marcador a indicar que a senescência celular irá se instalar inevitavelmente.
Existem células que não apresentam senescência, em que a divisão celular se
mantém com alto potencial de multiplicação, imunes à ação do tempo. São as
células germinativas, que estão relacionadas com a perpetuação da vida, as
células cancerígenas, que são motivos de estudos para se encontrar a cura
definitiva do câncer, e as células tronco, que atualmente são aplicadas aos
transplantes para promover regeneração e possível tratamento de doenças que afetam
a humanidade.
Fonte: www.medicinageriatrica.com.br
Postagem: Felipe Faix
Quais seriam as propostas para retardar o envelhecimento em nível celular?
ResponderExcluirA ideia é criar uma maneira de a pessoa poder receber a enzima,a telomerase,sem causar câncer.Essas enzimas são ricas em células cancerígenas,cerca de 90% dos tumores possuem essa enzima.A ingestão de tomerase já foi testada em ratos geneticamente modificados com sucesso,revertendo dramaticamente os "sintomas da velhice".
ResponderExcluirA telomerase não aumentaria o tempo de vida da célula,somente sua capacidade de reprodução.
Felipe Faix
Ratos geneticamente modificados para quê?
ResponderExcluirQue sintomas da velhice foram revertidos?
Qual a diferença entre tempo de vida e capacidade reprodutiva da célula?
Os ratos foram geneticamente modificados para não possuir a telomerase,para envelhecer rapidamente.
ExcluirSintomas da velhice,seriam as doenças que as pessoas,e também os animais costumam ter na "terceira idade",como,por exemplo,a artrose,diabetes,osteoporose,problemas cardiovasculares,obesidade....etc.Os ratos modificados tiveram os sintomas citados acima,e depois da injeção de telomerase,os sintomas foram revertidos,os ratos voltaram a sua saúde normal.
E quanto a diferença entre tempo de vida da célula e sua capacidade de reprodução,o que eu quis dizer,que a célula mãe ira deixar mais telomeros para suas filhas,permitindo uma maior reprodução dela.Isso consequentemente aumentaria a o tempo de vida do individuo,pois haveria uma maior reconstituição de tecidos..Mas se uma célula costuma morrer em,por exemplo em duas semanas,mesmo com a telomerase ela irá morrer em duas semanas.
ExcluirFelipe Faix
Reprodução seria o termo correto para designar a capacidade de uma célula se dividir?
ResponderExcluirA célula irá deixar mais telômeros para a sua filha? Explique melhor isso?
O envelhecimento é um processo multifatorial, portanto, afetar a telomerase seria a única via para não envelhecer?
O termo correto é divisão celular.
ExcluirQuanto ao deixar mais telômeros,foi um erro de interpretação meu.A célula quando se divide perde parte de seu telômero,e quando os telômeros estão curtos demais,a célula perde sua capacidade de reproduzir e morre.A telomerase reconstitui o telômero da célula,dando a ela a capacidade de se reproduzir como antes.E eu estava errado também sobre não prolongar a vida da célula,a telomerase prolonga a vida de uma célula até seu telômeros sofrerem encurtações novamente.
E quanto as fatores do envelhecimento,eles estão separados nas categorias acima.A humanidade a tempos vem em busca da formula da juventude,e a grande aposta de agora é na telomerase.Mas há outras formas de retardar o envelhecimento,como melhorar a alimentação,comendo alimentos antioxidantes,fazendo exercícios,não fumar,enfim cuidar bem do corpo,dicas que aparecem direto na TV,que se encaixam na teoria dos radicais livres.Mas como já disse acima,a grande aposta de agora e na telomerase,na teoria genética.
ExcluirFelipe Faix
Excelentes considerações, Felipe!!! Aguardo outros comentários.
ResponderExcluirTudo bem professora
ExcluirEstou aguardando outros comentários.
ResponderExcluirContinuo aguardando..
ResponderExcluirEliminar células velhas pode aumentar nosso tempo de vida saudável
ResponderExcluirCientistas da escola de Medicina da Clínica Mayo, em Minnesota (EUA), sugerem que pode haver um método relativamente simples para aumentar a qualidade de vida a longo prazo: remover células velhas do organismo.
É o que aponta uma série de experimentos feitos com ratos. Pelo simples procedimento de retirar células velhas do organismo, os cientistas conseguiram retardar ou evitar a incidência de catarata, envelhecimento da pele e perda de musculatura nos roedores. Para que a medida tivesse efeito, foi preciso remover constantemente as células velhas, desde que os ratos eram jovens.
Em corpos de ratos ou de seres humanos, todas as células têm vida útil. Quando o período de maior atividade celular acaba, ela se torna obsoleta, e o organismo tem mecanismos para “desligá-la”. Isso evita que a célula cause danos graves ao corpo, tais como um câncer.
No momento em que acontece o desligamento, é natural que a célula morra e deixe de existir. Em alguns casos, no entanto, ela continua vagando pelo corpo no estado que os cientistas chamam de “célula senescente”. Nessa condição, a célula perde sua função, mas não fica inativa: passa a liberar proteínas de propriedades desconhecidas.
Recentemente, tais proteínas foram descobertas como aceleradoras do envelhecimento. Isso faz da existência de células senescentes, no organismo de animais ainda jovens, um problema a ser combatido.
Conforme o tempo passa, os tecidos do corpo envelhecem, e o número total de células senescentes presentes no corpo tende a aumentar. Por essa razão, o estudo da Clínica Mayo focou em remover células senescentes do organismo de ratos desde a tenra juventude.
O primeiro passo do experimento foi desenvolver uma raça de ratos “programada” para morrer com 10 meses de idade, período durante o qual a catarata, a perda de peso e o enfraquecimento de músculos foram degenerando gradualmente a saúde dos animais. Após isso, dividiram os ratos em dois grupos: aqueles que seriam tratados com um medicamento que mata as células senescentes, de um lado, e os que foram deixados à própria sorte, do outro.
No aniversário de três semanas de vida, os ratos receberam a primeira dose da droga que força as células senescentes a cometer suicídio. Após isso, recebiam uma dose da substância a cada três dias. Como resultado, os ratos marcados para receber o medicamento apresentaram menores índices de envelhecimento nos quesitos de catarata, pele e músculos.
É importante destacar que a remoção de células velhas não aumentou a longevidade: nenhum rato viveu mais por causa disso. Mas o benefício não deixa de ser importante, já que o tempo de “vida saudável” é consideravelmente maior sem a presença de células inativas acumuladas no organismo.
E quanto à possibilidade de aplicar essa técnica em humanos? Os cientistas são otimistas, mas com ressalvas. O tratamento não pode ser executado exatamente da mesma forma que nos ratos, devido a diferenças de reação às substâncias e à genética. O princípio da ideia, no entanto, serve para que os médicos desenvolvam terapias no futuro. [LiveScience]
Fonte: http://hypescience.com/eliminar-celulas-velhas-pode-aumentar-nosso-tempo-de-vida-saudavel/
Francielly S. Richardt
Interessante a matéria postada pela Francielly. A pergunta que me ocorre é se essas drogas que eliminam células senescentes não poderiam também eliminar células viáveis ou exibir outros efeitos colaterais?
ResponderExcluirMas voltando às telomerases, existem "células modelos" para estudar o papel dessas enzimas?
As "células modelos" para o estudo da telomerase são células troncos,como as hematopoéticas, e também as células cancerígenas propriamente ditas,pela grande ocorrência da enzima nesses tipos de células.
ExcluirFelipe Faix
Os pesquisadores identificaram um marcador biológico (uma proteína conhecida como p16), presente nas senescentes. Ao rastrear o marcador, alojaram uma molécula (caspase 8) que é ativada pela presença de uma droga inofensiva para as células normais, agindo diretamente nessa proteína, fazendo com que as células senescentes morressem.
ExcluirQuanto aos efeitos colaterais, o estudo realizado não teve nenhum efeito colateral, mas ainda é necessário avaliar a ação da droga em algumas regiões do corpo – entre elas, o cérebro.
Fonte:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2011/11/03/interna_ciencia_saude,276842/avancos-cientificos-podem-eliminar-celulas-danificadas-e-previnir-doencas.shtml
http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2011/12/09/896845/eliminar-celulas-velhas-retarda-os-danos-da-velhice.html
http://meiafina.pop.com.br/saude/tratamentos/news/2430/
Francielly Richardt