quarta-feira, 23 de maio de 2012

Como estudar as células

Do rudimentar ao moderno microscópio eletrônico.
A célula é considerada a unidade morfofisiológica da vida, portanto desperta apreciável empenho científico quanto ao entendimento da composição, organização e comportamento, sendo a citologia o ramo da biologia que estuda a dinâmica e complexa estrutura celular.

A partir do invento dos rudimentares microscópios (1591) contendo apenas uma lente, foi possível visualizar um mundo até então desconhecido, através dos primeiros ensaios realizados por Antonie Van Leeuwenhoeck (1632 – 1723), examinando materiais biológicos.

Contudo, foi o inglês Robert Hooke (1635 – 1703), impressionado com os trabalhos de Antonie, o precursor de estudos sistemáticos que revelaram primariamente a composição dos organismos e suas singulares diferenças.

Em suas demonstrações, utilizando aparelhos mais elaborados (com duas lentes, conseqüentemente maior amplitude e menor campo visual), utilizando cortiça (material compacto de origem vegetal – casca / súber / matéria morta), Hooke identificou a limitação do espaço intracelular das células vegetais, empregando a terminologia cell, cuja tradução significa célula. Atualmente, sabemos que a impressão visualizada pelo pesquisador representa a parede celular (celulósica – carboidrato / composto orgânico) das células vegetais.

Observações e análises mais profundas e avançadas provocaram espantosa revolução no conhecimento biológico e evolutivo das espécies. Pesquisas e descobertas atestavam o que antes eram meras suposições, fortalecendo a hipótese evolucionista, fundamentada por comparação entre os tipos celulares, sugerindo uma evidente ancestralidade comum dos organismos.

Subseqüentes procedimentos metodológicos elucidaram as distinções entre as células procariontes (sem organização nuclear – desprovida de cariomembrana / carioteca) das eucariontes ( com organização nuclear – provida de cariomembrana), como também as diversas organelas, à medida que são aperfeiçoados os equipamentos, por exemplo, os microscópios: óptico, eletrônico de transmissão e o eletrônico de varredura.

Técnicas cada vez mais específicas foram e são experimentalmente empregadas para o vislumbramento do minucioso funcionamento das células. Seja para o esclarecimento das reações, estímulos ou induções intra ou extracelulares, é necessário para tal exame o uso de preparados a fresco, com lâminas contendo material ainda vivo, ou de esfregaços com lâminas previamente moldadas, contendo matéria orgânica inativa. Esse último realizado criteriosamente por meio de: coleta da amostra (fragmento, tecido ou um órgão), fixação histológica (do tecido extraído como amostra), desidratação (remoção de água), clarificação ou diafanização (tratamento com álcool), inclusão (imersão da amostra em parafina), microtomia (corte preciso em fatias finíssimas), colagem dos cortes em lâminas de vidro e coloração com utilização de corantes que irão impregnar especificamente a estrutura pretendida.

Todo esse procedimento facilita a visualização e o entendimento do metabolismo celular, de todas as formas viventes e de seus constituintes: material genético (cromossomo), a carioteca, as mitocôndrias, os retículos, os lisossomos, os plastos e demais organelas.
Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/como-estudar-as-celulas.htm
Caroline Machado de Oliveira.



6 comentários:

  1. Comentar o grande avanço no estudo da ultra-estrutura celular a partir do advento da descoberta da microscopia eletrônica e de suas técnicas. Somente com esse tipo de microscopia foi possível visualizar as organelas em detalhe, como citado no último parágrafo dotexto.

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  2. Uma verdadeira revolução no estudo da Citologia vem ocorrendo de 1946 para cá, ano em que o microscópio eletrônico começou a ser utilizado para observação das células. Pode-se dizer que há duas eras na Citologia, bem distintas: a era anterior e a posterior à microscopia eletrônica. Por usar feixes de elétrons, e não luz, o poder de resolução da microscopia eletrônica aumentou bastante. As ampliações máximas conseguidas pelo microscópio óptico não passam de 1 500 aumentos. O microscópio eletrônico permite ampliações de até 200 000 vezes. Muitos orgânulos novos foram descobertos; muitas idéias sobre orgânulos já conhecidas foram reformuladas.
    Ana Paolla Protachevicz.

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  3. A Ana Paolla trouxe informações complementares sobre o Estudo da Célula referentes ao advento da descoberta do Microscópio Eletrônico.
    Aguardo outros comentários??

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  4. Para complementar o comentário anterior, de acordo com o livro "A célula" no microscópio de luz podem ser evidenciadas, com metodologia apropriada, regiões ocupadas por mitocôndrias, lisossomos, peroxissomos, cloroplastos, complexo de Golgi, centríolos, vacúolos e grânulos de secreção. A miscroscopia eletrônica com seu maior poder de resolução aprofunda e explica cada uma dessas organelas.

    Fernanda Carolina da Silva

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  5. O procedimento mais usado no estudo de tecidos ao microscópio consiste na preparação de cortes histológicos. No microscópio de luz (óptico ou fotônico) a imagem se forma após um feixe de luz atravessa alguma estrutura. Células vivas, camadas muito delgadas de células ou de tecidos, membranas transparentes de animais vivos podem ser observadas diretamente ao microscópio. No entanto, na maioria dos casos os tecidos e órgãos são espessos e não permitem a passagem adequada de luz para formação de uma imagem; antes de serem examinados no microscópio eles devem ser fatiados em secções muito delgados que serão colocados sobre lâminas de vidro. Os cortes são obtidos por instrumentos de grande precisão chamados micrótomos, mas antes os tecidos precisam passar por uma série de tratamentos que serão descritos a seguir:

    -Fixação
    Células ou fragmentos de tecidos e órgãos, assim que retiradas do corpo, são submetidas a um processo de fixação. Ela tem várias finalidades: evitar a digestão dos tecidos por enzimas presentes nas próprias células (autólise) ou em bactérias; endurecer os fragmentos; preservar em grande parte a estrutura e a composição molecular dos tecidos. Pode ser feita por métodos químicos ou, menos freqüentemente, por métodos físicos. Na fixação química os tecidos são imersos em soluções de agentes desnaturantes ou de agentes que estabilizam as moléculas formando pontes com moléculas vizinhas (soluções chamadas de fixadoras).

    -Inclusão
    Para obter secções delgadas com micrótomo os fragmentos de tecidos e órgãos devem, após fixação, ser infiltrados com substâncias que lhes proporcionem uma consistência rígida. É usada a parafina (para microscopia de luz) e algumas resinas de plástico (para microscopia de luz e eletrônica).
    O processo de impregnar os tecidos com parafina é chamado inclusão ou embebição em parafina e geralmente é precedido por duas etapas: desidratação e clareamento.

    -Fixação física por congelação
    Pode se usar método de submeter os tecidos a um congelamento rápido. Os tecidos fixados assim ficam ao mesmo tempo rígidos e prontos para serem seccionados. O micrótomo para tecidos congelados é o crostato .
    É muito útil para os estudos histoquímicos em cortes de enzimas e de outras proteínas, pois o congelamento não as inativa e mantém muitas proteínas em suas conformações naturais e em seus locais originais.

    -Coloração
    A maioria dos cortes é corada, porque com poucas exceções, os tecidos são incolores.
    A seletividade com que os corantes coram os componentes dos tecidos pode ser maior ou menor. Muitos corantes comportam como substancias de caráter acido ou básico e tendem a formar ligações eletrostáticas (salinas) com componentes ionizados dos tecidos. Os componentes dos tecidos que se coram bem com corantes básicos são chamados de basófilos, e os que têm afinidade com corantes ácidos são os acidófilos.

    Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABYGMAK/tecnicas-histologicas
    Aluna: Ana Flávia Monteiro

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