segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cientistas reanimam células que estavam à beira da morte



As células vêm equipadas com um mecanismo de suicídio programado, ou autodestruição, chamado apoptose, que é desencadeado por agentes internos ou externos. Por exemplo, quando estamos em formação no útero, nossa mão tem uma membrana que une nossos dedos. Para que eles se separem, é preciso que as células desta membrana morram, e é o que elas fazem, através da apoptose.
As células também cometem suicídio quando se tornam prejudiciais ou indesejáveis ao corpo. Isso pode ocorrer depois de ataques cardíacos ou derrames (aumentando o dano causado pelos mesmos). Por isso, cientistas estão estudando formas de impedir o suicídio em massa de células saudáveis no caso de doenças como infarto.

Apoptose
A apoptose é causada por proteínas chamadas proteases, que normalmente ficam bem guardadas na célula. Quando as proteases são liberadas, a célula encolhe, se separa de seus vizinhos, sua membrana enruga e começa a se desfazer, seu DNA condensa até seu núcleo entrar em colapso e, por fim, a célula segue o colapso do núcleo.

Cientistas descobriram que células que começaram o processo de apoptose podem “voltar” se o gatilho que disparou o processo for removido. A membrana volta a ser lisa, o DNA que foi fragmentado volta a se ligar, e a célula “volta à vida”.

Cientistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins (EUA) usaram uma toxina que induz a apoptose, o etanol, em células saudáveis ​​do fígado de rato. Em algumas horas, as células mostraram sinais de morte. Em seguida, os pesquisadores removeram o etanol, e as células se recuperaram, alisou suas membranas e recuperou organelas normais. Os pesquisadores observaram o fenômeno em cérebros de camundongos e células do coração de ratos, O fenômeno, que eles chamaram de anastasis (palavra grega que significa algo como “voltando à vida”)

As mudanças durante a anastasis iam além da aparência da célula: os padrões de atividade dos genes eram recuperados, e o próprio DNA que havia se partido durante a apoptose era “colado” novamente. Ocasionalmente aconteciam alguns erros, e uma pequena porcentagem das células crescia anormalmente e desenvolvia sinais de câncer.
Como a anastasis tem o potencial de prevenir ou tratar condições nas quais a sobrevivência das células ou o excesso de morte de células é perigoso, os cientistas vão continuar pesquisando para compreender seus mecanismos.

Fonte:http://www.livescience.com/24277-cellular-suicide-reversed-nsf-ria.html

Postado por: Allan Ricardo Divardin

Um comentário:

  1. A morte celular programada faz parte de diversos processos vitais, como o desenvolvimento embrionário, o controle de tumores e a regulação de populações de células do sistema imune. Alterações nos genes responsáveis pela autodestruição podem ser desastrosas. Por ser indispensável à vida, a morte da célula deve seguir um plano meticuloso. Qualquer distúrbio de sua regulação (tanto o excesso quanto a insuficiência) pode provocar uma variedade de doenças. A apoptose excessiva pode causar doenças neurodegenerativas (como o mal de Alzheimer e o mal de Parkinson), lesões secundárias após isquemia (bloqueio da circulação do sangue), retinite pigmentosa (uma causa de cegueira) e osteoporose (perda de massa óssea). Já a ausência de apoptose, pode levar a doenças auto-imunes (em que o sistema imune ataca o próprio organismo), infecções viróticas prolongadas ou tumores (como no câncer). Essa é uma pequena amostra de como uma falha mínima no programa de morte que toda célula carrega pode levar a uma doença e, às vezes, à morte do indivíduo. Assim, qualquer descoberta é importante para a criação de novas terapias e métodos de recuperação que poderão evitar ou tratar com sucesso inúmeras doenças hoje incuráveis, e a reanimação celular é um exemplo disso.

    Referência: Revista Ciência Hoje, Quando a célula programa sua morte. p. 38-45, vol. 25, nº 150.

    Ana Paolla Protachevicz.

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