Alternativa natural contra o câncer
Pesquisadores da
Universidade Estadual Paulista descobrem que proteína anti-inflamatória
produzida naturalmente pelo organismo é capaz de diminuir o avanço do tumor de
laringe sem causar efeitos colaterais.
Por: Mariana Rocha
Publicado em 01/10/2012 |
Atualizado em 01/10/2012
Amostras de tumor de laringe com atividade de
células inflamatórias (apontada pelas setas). A incidência de inflamação está
associada a processos tumorais. (foto: Thaís Gastardelo e colaboradores)
Uma pesquisa feita na Universidade
Estadual Paulista (Unesp) em São José do Rio Preto pode dar origem a um novo
tratamento para o câncer de laringe. O estudo mostra que a anexina-1, proteína
anti-inflamatória produzida pelo organismo, é capaz de diminuir o avanço desse
tipo de tumor.
Durante seu
doutorado, a bióloga Thaís Gastardelo, sob a orientação da também bióloga Sônia
Oliani, mostrou que células de câncer de laringe cultivadas em laboratório
proliferaram menos quando expostas à anexina-1.
Segundo Oliani, outro
ponto positivo do uso da proteína é a ausência de reações adversas. “Pesquisas
anteriores mostraram que, quando aplicada a animais de laboratório, a anexina-1
não causa efeitos colaterais.”
Embora os resultados
obtidos ainda sejam preliminares, Gastardelo aposta que o sucesso do tratamento
com anexina-1 se deve à capacidade que a proteína tem de combater inflamações.
“Ainda estamos
estudando quais mecanismos moleculares estão envolvidos no tratamento, mas
provavelmente a ação anti-inflamatória da proteína contribui para diminuir a
proliferação das células cancerosas”, afirma.
Câncer e inflamação
Oliani conta que a
ideia de estudar a anexina-1 surgiu a partir de pesquisas que mostraram que a
incidência de inflamação está associada a processos tumorais. Essa relação foi
evidenciada pela análise de biópsias de tumores de laringe de 20 pacientes.
Nelas, as pesquisadoras identificaram intensa atividade de células
inflamatórias que liberam substâncias favoráveis ao crescimento do tumor e ao
surgimento de vasos sanguíneos, o que aumenta a possibilidade de disseminação
do câncer para outros órgãos.
“A compreensão dos mecanismos que
modulam o desenvolvimento tumoral, sobretudo os mediadores inflamatórios e seu
papel nas diferentes fases de progressão do tumor, é fundamental para o
estabelecimento de terapêutica específica”, avalia Oliani.
A pesquisadora alerta
que, embora haja evidências de que a ação anti-inflamatória da anexina-1 é uma
boa alternativa para o tratamento do tumor de laringe, ainda é preciso investir
em novos experimentos. “Apesar de regular o avanço do câncer, a proteína
precisa passar por testes em humanos para confirmar o potencial da terapia.”
Gastardelo acrescenta
que a pesquisa também pode trazer esperança para quem tem outros tipos de
câncer e revela que novos estudos serão feitos para descobrir como a anexina-1
age sobre diferentes tumores. “O próximo passo será estudar a ação da proteína
sobre as células do câncer de colo de útero.”
Amanda de Campos
O que é inflamação? Por que proteínas anti-inflamatórias podem ser usadas no tratamento do câncer?
ResponderExcluirA inflamação é um fenômeno imunológico que consiste em uma reação fisiológica frente a uma agressão patogênica. Caracteriza-se pela produção de mediadores inflamatórios e movimentação de líquidos e leucócitos do sangue para os tecidos. Através desse processo o organismo encontra e elimina metabolicamente células alteradas, partículas estranhas, e microorganismos.
ExcluirUm dos eventos de importância no processo inflamatório é o recrutamento dos leucócitos da circulação sanguínea para os sítios de inflamação. O mecanismo do recrutamento é desencadeado por uma série de mediadores pró-inflamatórios que são produzidos por células como mastócitos, macrófagos, células endoteliais ativadas, bem como leucócitos transmigrados para o tecido inflamado. Por outro lado, a resposta inflamatória é controlada pela ação de mediadores anti-inflamatórios que atuam para manter a homeostasia da resposta imunológica e prevenir a injúria tecidual. Entre os mediadores, destaca-se a anexina-A1 (ANXA1), proteína que atua como modulador endógeno da inflamação, particularmente regulando o processo de transmigração de leucócitos, sobretudo neutrófilos.
Com isso proteínas anti-inflamatórias como anexina- A1 impedem que ocorra o excesso de atividade de células inflamatórias, que liberam substâncias favoráveis ao crescimento do tumor e ao surgimento de vasos sanguíneos, fatores que aumentam a possibilidade de disseminação do câncer para outros órgãos.
Fonte: http://www.slideshare.net/natfuga/inflamao
http://www.bv.fapesp.br/pt/projetos-regulares/28490/proteinas-antiinflamatorias-anexina-a1-galectina/
Amanda de Campos
Inflamação pode ser definida como uma resposta tecidual ou imunológica a um agente agressor, ou seja, qualquer processo que cause lesão tecidual ou celular.
ResponderExcluirDanielly Xavier
Outra alternativa natural, que procede da mesma forma, contra o câncer esta sendo estudadas por cientistas irlandeses, eles descobriram que proteínas presentes na pele de sapos possuem diversas propriedades curativas. Nas doenças tratáveis alem do câncer, estão o diabetes e o derrame. Pacientes que acabaram de passar por cirurgia de transplante também podem ser beneficiados já que as proteínas regulam o crescimento de vasos sanguíneos.
ResponderExcluirAs proteínas são encontradas em secreções na pele da espécie Phyllomedusa sauvagii e do gênero Bombina. Os cientistas capturam os animais e delicadamente extraem as secreções antes de liberá-los de volta à vida selvagem. Os sapos não são prejudicados de alguma forma durante este processo.
A pesquisa liderada pelo professor Chris Shaw identificou duas proteínas, ou “peptídeos”, que podem ser usadas de forma controlada e orientada para regular ‘angiogênese’ – o processo pelo qual os vasos sanguíneos crescem no corpo. A descoberta tem potencial para desenvolver novos tratamentos para mais de setenta das principais doenças que existem atualmente, que afetam mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo.
Shaw conta que as proteínas descobertas possuem a habilidade de tanto estimular quanto inibir o crescimento de vasos sanguíneos. “Ao ‘desligar’ a angiogênese, uma proteína dos Phyllomedusa sauvagii têm o potencial para matar tumores”, afirma. Ele explica que a maioria dos tumores chegam a um ponto em que necessitam que novos vasos sanguíneos lhe forneçam oxigênio e nutrientes vitais. “Impedir o crescimento dos vasos faz com que o tumor tenha menor probabilidade de disseminação e pode eventualmente matá-lo”, diz. “Isso tem o potencial de transformar o câncer de uma doença terminal em uma condição crônica”.
Por outro lado, uma proteína encontrada no gênero Bombina, segundo Shaw, tem o poder de estimular o crescimento dos vasos sanguíneos. “Isto pode ser usado para tratar uma variedade de doenças que exigem a reparação rápida de vasos sanguíneos, como cicatrização de feridas, transplantes de órgãos, úlceras diabéticas, e danos causados por derrames cerebrais ou doenças do coração”, elenca.
Disponivel em: acessado dia 11/10/2012
Francielly Richardt
Disponivel em : http://hypescience.com/pele-de-sapo-pode-um-dia-curar-o-cancer/
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