domingo, 30 de setembro de 2012

Seres vivos, ou agentes infecciosos?



Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). A palavra vírus vem do Latim e significa fluído venenoso ou toxina. Poucos anos antes de 1900, dois cientistas (o russo D.I. Ivanovsky e o alemão Beijerink) descobriram que uma doença comum às folhas do tabaco era transmitida por um "agente de infecção", hoje conhecido como "vírus mosaico do tabaco". Eles perceberam que este agente era menor do que uma bactéria e que, se isolado, não se reproduzia e não era visível no microscópio ótico. Alguns anos mais tarde, o inglês F.W. Twort chegou a conclusões parecidas estudando outro agente, que era capaz de infectar bactérias e, por isso, chamado de bacteriófago (comedor de bactérias). Vários outros cientistas encontraram relações entre moléstias comuns aos humanos e outros seres vivos com determinados agentes, que possuíam as características observadas por Ivanovsky e Beijerink. Logo a comunidade científica aprendeu a fazer culturas de viroses, em células, e usar esta técnica para a preparação de vacinas - formulações usadas para promover a imunidade biológica ao agente, tal como a vacina da poliomelit.

Então, o Vírus propriamente dito é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular. Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucleico (seja DNA ou RNA, ou os dois) sempre envolto por uma cápsula proteica denominada capsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo, outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados. O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da membrana plasmática da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios. São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar. Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem vírus que infectam apenas bactérias, denominadas bacteriófagos, os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam as plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de plantas e vírus de animais. Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação. Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase reversa que faz com que o processo de Transcrição reversa seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus.

Um assunto muito discutido pela comunidade cientifica acerca dos vírus é se eles são seres vivos, ou são somente agentes infecciosos. Isto deve-se a definição de vida. Mas o que é um ser vivo? Por incrível que pareça os cientistas ainda não sabem dizer com certeza. Ou melhor, não se entendem. A princípio, um ser vivo é qualquer coisa capaz de se reproduzir, evoluir e manter um metabolismo (isto é, produzir energia quando come ou respira). O caso dos vírus, por exemplo, divide os pesquisadores. Alguns os consideram vivos, já que sabem se reproduzir. Outros acham que não, pois, para começar, eles surgiram a partir de células, como se fossem um defeito dos organismos. "Os vírus são apenas produtos da matéria viva, como os elementos químicos que produzem as cores de uma flor. O fato de eles terem aprendido a se multiplicar não é suficiente para considerá-los seres vivos", diz o virologista americano Eckard Wimmer, da Universidade de Nova York.

Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até ai todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem-aparentemente tão antiga como a própria vida e sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc.

Ainda há alguns, que acham que a condição de ser vivo ou não depende; pois quando esta fora do seu hospedeiro, mas ao estar em seu hospedeiro, se torna uma partícula viva, reproduzindo-se e interagindo com seu hospedeiro.

Bem, a única certeza que se pode ter, é que esse é um assunto polemico, pois afronta de certa maneira a Teoria Celular, que diz: “Todos os seres vivos são formados por células”.

video sobre virus aqui

Postado por Felipe Faix
                    Allan Divardin

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Planeta mais leve
Estudo mostra que os micróbios não são tão abundantes quanto se pensava. Nova estimativa reduz pela metade a quantidade desses organismos na Terra e em um terço a biomassa total do planeta.
Planeta mais leve

Estudo de microrganismos que habitam o fundo dos oceanos (na foto) reduz pela metade a estimativa da quantidade de micróbios no planeta e em um terço o total de biomassa da Terra. (foto: Jens Kallmeyer)

 Estudo liderado por pesquisadores alemães mostra que nosso planeta tem apenas metade da quantidade de micróbios que se pensava. A parcela antes superestimada habitaria o fundo dos oceanos, mais precisamente os sedimentos acumulados no local.
A descoberta, publicada esta semana na Pnas, foi resultado de um vasto estudo que reuniu o resultado de diversas contagens de bactérias e arqueas (seres unicelulares que vivem em condições extremas) em amostras de sedimentos de diferentes partes do oceano analisadas por outros grupos e novos dados coletados nos últimos seis anos pela equipe alemã no Pacífico.
A estimativa até então mais aceita para a quantidade de microrganismos unicelulares tinha sido feita há 15 anos pelo microbiólogo William Whitman. Segundo o cálculo, haveria na Terra 5x1033 micróbios (um algarismo cinco seguido de 33 zeros!). A maior parte desse total, 35,5×1029, estaria no fundo dos oceanos, respondendo por cerca de 30% da quantidade de matéria viva (biomassa) do planeta.
O novo estudo estima que a quantidade de micróbios no fundo dos oceanos seja 92% inferior, ou seja, 2,9×1029 – um número que ainda impressiona se considerarmos que a quantidade de estrelas no universo é cerca de 1x1021, ou seja, milhões de vezes menor. Com o novo dado, a estimativa da biomassa total da Terra cai um terço.
A diferença entre os resultados se deve a falhas de metodologia do primeiro estudo. Whitman assumiu que a distribuição de microrganismos no fundo dos oceanos seria uniforme e analisou apenas sedimentos de regiões ricas em nutrientes, consequentemente, com mais abundância de microrganismos. Já a equipe alemã fez um mapeamento mais completo que incluiu as regiões pobres em nutrientes e, portanto, com menos micróbios.
“Essas áreas pobres em nutrientes respondem por cerca de metade do oceano e podem ter mais de dez mil vezes menos células que sedimentos de regiões mais nutritivas, por isso uma diferença tão grande nos resultados”, explica o geomicrobiólogo líder da pesquisa, Jens Kallmeyer, da Universidade de Postdam, Alemanha. 
Os pesquisadores verificaram que as zonas mais próximas às margens dos continentes apresentam mais microrganismos do que as zonas mais afastadas e também mais profundas.
Segundo Kallmeyer, a diferença se explica pela distribuição de matéria orgânica no fundo do mar. “No centro dos oceanos há poucos nutrientes, menos matéria orgânica é produzida e menos material se deposita no fundo”, diz. “A pouca matéria orgânica que chega ao fundo permanece mais tempo na superfície, sem decantar, permitindo que os micróbios degradem mais o material e deixem menos alimento para que os demais se proliferem.”
Com o resultado da análise das coletas, os pesquisadores fizeram um mapa que mostra a distribuição e a abundância dos micróbios no fundo do oceano. Todo esse trabalho, além de despertar curiosidade, pode servir para os mais variados estudos biológicos.
Mapa dos microrganismos
O mapa mostra a distribuição de microrganismos no fundo dos oceanos. Os pontos representam os locais de coleta da equipe alemã; as áreas vermelhas concentram maior abundância de células e as azuis, menor quantidade. (foto: Jens Kallmeyer)

“Bactérias e arqueas tem papel fundamental em vários ciclos biogeoquímicos, como a oxidação de matéria orgânica e a produção de metano, que asseguram a vida na Terra”, explica Kallmeyer. “Para construir modelos desses ciclos, é importante saber quantos microrganismos existem e como eles estão distribuídos, e é nisso que nosso trabalho contribui mais.”

Amanda de Campos

Fonte: Ciência Hoje On-line

SÍNDROME DE ZELLWEGER
A síndrome de Zellweger é uma doença rarissima, Ela ocorre em 1 em cada 50.000 a 100.000 nascimentos. é caracterizada pela redução ou ausência de peroxissomos nas células do cérebro, fígado e rins. As células não têm a capacidade de executar, nos peroxissomos, a beta-oxidação de ácidos graxos de cadeia longa. Como o peroxissomo não vem de nenhuma outra organela (apenas se divide de outro), o organismo do indivíduo afetado não poderá fazer as oxirreduções necessárias à sobrevivência dele, levando-o à morte.
Isto se deve a uma deficiência genética em um dos vários genes envolvidos na biogênese peroxissomal. Tipicamente apresenta-se no período neonatal e é normalmente fatal. Os peroxissomos apresentam-se "vazios", pois existe uma deficiência na importação de proteínas. Logo não ocorrendo as reações oxidativas características da organela. A maioria das crianças com síndrome de Zellweger morre no primeiro ano de vida pois apresentam anomalias severas no cérebro.
CARACTERISTICAS CLINICAS
Crianças com esta síndrome apresentam face achatada, fontanela anterior grande, testa alta proeminente, o osso occiptal achatado, fissura palpebral, ponte nasal larga, epicanto, hipoplasia e arcadas superciliares. Macrocefalia ou microcefalia, palato ogival, dobras cutâneas redundantes podem estar presentes. Já em pessoas adultas com a síndrome A catarata, o glaucoma, o nistagmo e a atrofia do nervo óptico podem ser vistos também. Alterações visuais e perda porgressiva, perda auditiva neurossensorial,
As alterações osteoarticulares são frequentes. A função do sistema nervoso central é severamente afetada (hipotonia muscular profunda hiporreflexia ou arreflexia, carencial intelectual grave).
A Síndrome de Zellweger é frequentemente suspeita do diagnóstico físico e definitivamente confirmado com a avaliação bioquímica ou ainda, suspeitada durante o exame de ultra-som pré natal ( hidronefrose).




Danielly Xavier
Marcela Kozeczen

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Conheça a célula viva que emite luz laser



Cientistas estimularam uma única célula viva a produzir radiação laser. Esse trabalho pode ter aplicações no melhoramento da qualidade de imagens de microscópio e no aperfeiçoamento de terapias baseadas na luz.
A técnica começa com a estruturação de uma célula que pode produzir uma proteína que emite luz. A proteína é obtida de águas-vivas brilhantes. Ao dirigir um feixe de luz azul à célula, ela responde emitindo luz laser verde.
É a primeira vez que o fenômeno foi visto em um sistema vivo.
A dupla de pesquisadores usou proteína verde fluorescente (GFP) como o meio por onde a amplificação da luz laser ocorreu. GFP é uma molécula bem estudada, primeiro isolada na água-viva, o que revolucionou a biologia, agindo como uma “tocha” que pode iluminar sistemas vivos. No novo trabalho, células derivadas daquelas presentes no rim humano foram geneticamente modificadas para produzir GFP.
As células foram então colocadas uma de cada vez entre dois espelhos minúsculos, de apenas 20 milionésimos de metro de diâmetro, que atuou como a “cavidade do laser” onde a luz poderia saltar muitas vezes através da célula. Após ser iluminada com a luz de tonalidade azul, a célula pôde ser vista emitindo luz laser verde intensa e direcionada.
As células se mantiveram vivas durante e após todo o processo. Os autores observam que o sistema vivo se autocura: se as proteínas emissoras de luz são destruídas no processo, a célula simplesmente produz mais.
“No caso das terapias baseadas na luz, e de diagnóstico por imagem, as pessoas pensam em como fazer as emissões de uma fonte de laser externa chegarem profundamente no tecido. Agora podemos abordar este problema de outra maneira: ao fazer o próprio tecido emitir luz”, escrevem os autores.[BBC].
Caroline Machado de Oliveira

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Cientistas britânicos buscam criar célula “reprogramável”


A bactéria Escherichia Coli, presente em grande quantidade em nossos intestinos, pode ser o marco inicial de uma grande descoberta. A partir da estrutura do seu organismo, cientistas britânicos lançaram um projeto para criar uma célula sintética “reprogramável”, em laboratório.
A pesquisa é encabeçada por pesquisadores da Universidade de Nottingham (Inglaterra), com ajuda de outros cientistas da comunidade internacional. É importante destacar, a princípio, que existe uma diferença básica entre as famosas células tronco e as células sintéticas que se pretende obter.
No caso das células tronco, uma unidade inicial tem o poder de se dividir ou se transformar, e passa a ser outra célula. No caso das células sintéticas, a ideia é que exista uma base fixa, capaz de mudar suas funções por um número ilimitado de vezes, conforme a necessidade.
Para facilitar o entendimento, os pesquisadores fazem uma analogia com um computador. O organismo, como um todo, seria uma “unidade de hardware”, imutável. Com os procedimentos celulares atuais, não há um “software” (no caso, uma célula) que possa ser modificado sem causar alterações no hardware. Quando os cientistas querem alterar alguma célula, precisam começar do zero na fase embrionária, ou seja, “reinstalar” o software.
Caso a pesquisa seja bem sucedida, teremos uma célula que pode programar o seu próprio “software” sempre que for preciso. Passando para termos práticos, aconteceria algo semelhante ao seguinte: uma célula que atua no intestino, por exemplo, poderia ser programada para atuar no estômago caso houvesse uma doença nesse órgão, e depois ser transferida para outra função ou voltar para a anterior, sem se prejudicar.
Os testes, na primeira fase da pesquisa, serão feitos com a bactéria Escherichia Coli, que é unicelular. A ideia é tornar o organismo da bactéria (ou seja, sua célula) capaz de desempenhar tarefas não naturais, previamente manipuladas por processos químicos. As pesquisas, contudo, estão em sua fase inicial, e não há prazo para a divulgação dos primeiros resultados concretos.






Francielly Richardt, Beatriz Carneiro e Bruna de Oliveira.


Fonte: http://hypescience.com/cientistas-britanicos-buscam-criar-celula-%E2%80%9Creprogramavel%E2%80%9D/

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Nanofibras e nanotubos afetam homem e meio ambiente

      A nanotecnologia é muito promissora, mas as minúsculas partículas e fibras com que ela lida podem representar danos sérios à saúde e ao meio ambiente. Dois estudos científicos divulgados nesta semana trazem resultados preocupantes, sobretudo para trabalhadores que lidam diretamente com os nanoprodutos.
      Nanofibras, nanotubos e nanopartículas já são utilizados nos mais diversos tipos de produtos, de cremes de beleza e protetores solares a produtos esportivos e até asas de aviões. Contudo, até hoje não existem normatizações para controle do uso e da exposição a esses produtos.
Nanofibras nos pulmões
      Ken Donaldson e sua equipe da Universidade de Edimburgo, na Escócia, analisaram o impacto das nanofibras, partes constituintes das famosas fibras de carbono e outros materiais de alta tecnologia. Os estudos indicam que, por serem pequenas demais, essas fibras individuais, podem ser inaladas e atingir a cavidade pulmonar.
Riscos da nanotecnologia: nanofibras e nanotubos afetam homem e meio ambiente
      Isso pode levar ao mesotelioma, o mesmo tipo de câncer causado pelo amianto, ou asbesto, que está banido em quase todo o mundo.
"A preocupação surgiu porque esses novos tipos de nanofibras, feitos pela indústria da nanotecnologia, podem representar um risco porque têm formatos similares aos asbestos," disse o Dr. Donaldson.
      O estudo, publicado na revista científica Toxicology Sciences, é importante por analisar os diversos tamanhos de nanofibras, permitindo avaliações iniciais das dimensões seguras para sua fabricação.

Nanotubos no meio ambiente
      Já a equipe do Dr. Baolin Deng, da Universidade de Missouri, analisou os bem mais conhecidos nanotubos de carbono. Pequenos tubos ocos feitos de carbono, os nanotubos estão entre os materiais mais fortes da Terra, e são usados para reforçar materiais compósitos, na eletrônica e até em pesquisas na saúde, como no combate a tumores.
      Contudo, eles também têm seus riscos: os pesquisadores descobriram que os nanotubos de carbono são tóxicos para os animais aquáticos. A equipe salienta que é urgente criar normatizações que evitem que o material seja liberado no ambiente.
"O lado promissor dos nanotubos de carbono deve ser equilibrado com cautela e preparação," disse o Dr. Baolin. "Nós não sabemos o suficiente sobre seus efeitos sobre o ambiente e a saúde humana."
      O pesquisador destaca que, ao contrário do que dizem as teorias, os nanotubos de carbono disponíveis comercialmente não são feitos unicamente de carbono: eles possuem níquel, cromo e outros metais em sua composição, materiais adquiridos durante o processo de fabricação, sendo estes os principais responsáveis pelos efeitos danosos dos nanotubos à vida aquática.

NATALIA MARGARIDO KINAP
TAMIRES DINIZ BRESSAN
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=riscos-da-nanotecnologia-nanofibras-nanotubos&id=8094

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Tecido híbrido de células humanas e eletrônicas e produzido por cientistas

Cientistas da Universidade de Harvard, Estados Unidos, chegaram ao que pode ser considerado como o primeiro modelo viável de tecido ciborgue da história. O resultado da pesquisa liderada pelo Dr. Charles Lieber é um tecido vivo que mescla componentes orgânicos com elementos eletrônicos, como nanofios e transistores. Embora a pesquisa esteja centrada em ratos, os cientistas conseguiram criar 1,5 centímetro de vaso sanguíneo humano totalmente funcional.
Imagem mostra célula impregnada de nanofios (Foto: Reprodução)

Os cientistas realizam no momento suas pesquisas com tecidos vivos de ratos. Para chegar no composto híbrido, basicamente eles constroem uma estrutura com colágeno – a substância que preenche e faz a ligação entre nossas células. No colágeno, são posicionados os componentes eletrônicos de forma que, quando a célula cresce à sua volta, eles acabam sendo integrados ao tecido vivo. A técnica já foi testada com sucesso em células do coração, músculos, vasos sanguíneos e até mesmo neurônios.
Embora ainda estejamos longe da capacidade de manufaturar vida, ou construir órgãos biônicos, os cientistas já foram capazes de protagonizar saltos muito importantes no caminho para atingir essas metas. Exemplo disso é o uso da tecnologia de tecidos híbridos num coração. Através da malha eletrônica, foi possível extrair dados sobre o funcionamento das células, como sua taxa de compressão e expansão a cada pulso.
Para os cientistas envolvidos no projeto, o próximo grande salto é passar informações da matriz eletrônica para a célula orgânica. A ideia é usar a interface eletrônica para extrair e passar informações para as células do nosso organismo. As perspectivas desse tipo de tecnologia são incríveis: com facilidade, seria possível monitorar precisamente o funcionamento de cada sistema de nosso organismo e corrigi-lo com a facilidade de um clique num computador ou mesmo num aplicativo de smartphone.
Apesar de várias potenciais aplicações para essa tecnologia, o uso em curto prazo pode ajudar a indústria farmacêutica, segundo Lieber. Os pesquisadores poderiam usar o tecido ciborgue para estudar com maior precisão como novos medicamentos agem em tecidos tridimensionais, ao invés de camadas finas de células.


disponivel em <http://www.techtudo.com.br/curiosidades/noticia/2012/09/cientistas-criam-tecido-hibrido-de-celulas-humanas-e-eletronicas.html>
por:Allan Ricardo Divardin