Pesquisadores espanhóis elaboraram um tratamento com nanopartículas que inibe 100% das metástases¹ linfáticas em ratos com linfoma² de células de manto. O resultado deste trabalho foi publicado na edição de maio da revista Nanomedicine UK.
O grupo responsável pela pesquisa é formado por cientistas da Universidade de Navarra (Espanha), em colaboração com o Centro de Pesquisa do Câncer de Salamanca, também localizado na Espanha.
O tratamento é feito com um remédio baseado em nanopartículas que são inseridas no fármaco antitumoral edelfosina, administrado oralmente.
De acordo com os pesquisadores, essas nanopartículas são capazes de se acumular nos gânglios linfáticos e destruir seletivamente as células tumorais, sem atingir as células boas.
Os autores defendem que a administração oral do remédio poderia evitar a hospitalização do paciente, geralmente necessária em tratamento tradicional com quimioterapia.
O estudo indica que uma administração de nanopartículas de edelfosina a cada quatro dias pode ser tão eficaz quanto uma administração diária do fármaco sem nanopartículas.
Resultados promissores — Para Ander Estella, um dos autores do estudo, o resultado mais surpreendente da pesquisa foi a capacidade das nanopartículas com edelfosina inibirem a metástase.
"Enquanto a administração diária do fármaco sem nanopartículas reduzia as metástases em 50%, a administração a cada quatro dias das nanopartículas com edelfosina eliminou 100% das metástases linfáticas", ressalta Estella.
Os autores acreditam que esses resultados abrem uma nova porta para pesquisa e desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e seguros contra diversos tipos de câncer. Eles acrescentam que a eficácia dos nanossistemas está sob análise em casos outros casos de câncer como um tipo de leucemia e de câncer de mama.
1 METÁSTASE - Propagação das células cancerígenas em uma localização totalmente nova do local onde elas foram inicialmente encontradas.
2 LINFOMA - É o termo usado para designar os tumores cancerígenos no sistema linfático, formado por vasos finos e gânglios (linfonodos) que atuam na defesa do organismo levando nutrientes e água às células e retirando resíduos e bactérias.
FONTE: Site Revista Veja
Beatriz Carneiro do Carmo
Bastante interessante a matéria. Aguardo comentários.
ResponderExcluirInteressante a capacidade das nanopartículas de transportar medicamentos para dentro de células doentes ou danificadas através de meios não evasivos e eficazes, destruindo seletivamente as células tumorais, sem atingir as células boas.
ResponderExcluirAllan Ricardo Divardin
Relacionar a matéria com a área de Biologia Celular.
ResponderExcluirO câncer é resultado de uma divisão celular descontrolada. Normalmente, a divisão celular é regulada por uma família de fatores de crescimento extracelulares, proteínas que induzem as células em repouso a se dividir e, em alguns casos, a se diferenciar. Essas nanopartículas impedem a divisião destruindo as celulas câncerigenas.
ResponderExcluirFrancielly Richardt
Há efeitos colaterais com o uso de nanopartículas?
ResponderExcluirEmbora as nanopartículas - partículas com dimensões na faixa dos bilionésimos de metro - estejam cada vez mais sendo utilizadas para levar medicamentos até pontos específicos do corpo, pouco se sabe sobre os efeitos das próprias nanopartículas sobre o organismo.
ResponderExcluirA maioria dos experimentos usa nanopartículas biocompatíveis ou biodegradáveis.
Toxicidade
Os estudos - sejam sobre as potenciais aplicações das nanopartículas, seja sobre sua toxicidade - fundamentam-se na capacidade que os cientistas têm para quantificar a interação entre as nanopartículas e as células, especialmente a absorção (ingestão) de nanopartículas pelas células.
Nos testes-padrão de laboratório, que medem a atividade biológica das nanopartículas, as células são colocadas em um prato de vidro - um disco de Petri - e um meio de cultura contendo nanopartículas é despejado em cima delas.
Mas Younan Xia e seus colegas da Universidade Washington, nos Estados Unidos, começaram a questionar essa simplicidade enquanto faziam experimentos com nanopartículas de ouro - largamente consideradas inofensivas ao corpo humano porque o ouro é muito pouco reativo.
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=efeitos-nanoparticulas-sobre-saude&id=6441
Caroline Machado de Oliveira